A insustentabilidade da solidão
Realmente nem sempre nos compreendem. Nem sempre entendem os nossos gritos de socorro, falados ou não.
A solidão; não a de ausência de pessoas, mas a de ausência de sentimentos, de objectivos, de fé... é realmente insustentável. Há tantas pessoas sós... tantas que já gritaram... mas ninguém as vê nem ouve; de cima da sua própria solidão ou do seu egocêntrismo não alcançam nem o longe nem a distância, nem o perto nem o próximo.
Olhem para o vosso lado, olhem bem... está aí alguém só...
Basta darem-lhe a mão 5 min da vossa vida para tornarem sustentável cem anos de solidão...
Mais... tenham a coragem de lhe dar a mão o resto dos vossos dias.
13 Comments:
Tens toda a razão naquilo que dizes. Por vezes bastam 5 minutos para mudarem a vida de uma pessoa... tal como um abraço. Percebes? A insustentabilidade da solidão é tão forte, mas ao mesmo tempo tão "invisivel" que só quem se esforça para a ver a vê. Não é?
beijinhos! =)*
É...
Mas também temos que ter coragem para pedir essa mão, esse abraço tão necessário...
É preciso ter coragem para sair da nossa solidão; é preciso ter vontade de o fazer.
Se ficarmos eternamente à espera de ser vistos, somos como o cego que guia outro cego... ambos são cegos, que esperam ver um no outro?
Porque é que a evidência precisa de coragem?
Não sei!... é realmente uma óptima pergunta...
Talvez porque nem tudo é evidente para todos... talvez porque mesmo sendo evidente não é mobilizante... talvez porque só pelo facto de ser uma evidência, não faz dela uma realidade; a não ser quando temos coragem para a concretizar...
Realmente não sei... só sei que é preciso coragem para ver as evidências.
Acho que muitas vezes estamos presos comlinhas de teia de aranha. Tão finas. Tão pouco resistentes à nossa força de homens e, no entanto, prendem-nos muito, mesmo muito. Ás vezes temos mesmo que dar um murro na mesa. O desafio que se nos põe é o de nos protegermos. Uma auto-defesa a que temos direito.
"You can talk the talk.
But can you walk the walk?"
... estamos presos a quê?
... protegemo-nos do quê?
a solidão é esse direito que nos assiste? se é, então porque choramos por um olhar, por um abraço, por um carinho, pela presença de outra alma junto de nós?
"O desafio que se nos põe é o de nos protegermos. Uma auto-defesa a que temos direito." Rafael
E se o desafio for ensinar a não atacar? precisariamos de nos proteger?
Talvez tenhamos que trabalhar com aquilo que temos. O espaço entre amor e obsessão é às vezes muito curto. Pode confundir-nos. Estamos demasiado presos (às vezes) a relações. Essas relações dão-nos a possibilidade de não nos termos que esforçar muito (ás vezes). O facto de estarmos muito presos a essas relações faz com que o peso do ser ganhe um valor muito grande (passamos a ter uma carga ainda maior do que devíamos realmente ter). Em relação à amizade pode acontecer isso mesmo. Temos que ser suficientemente independentes para sermos capazes de sobreviver até mesmo quando a outra pessoa corta relações connosco. São estas pequenas e muito finas teias às quais estamos muitas vezes dolorosamente presos. Devemos fazer tudo para cativar no entanto temos que ter a nossa própria independência. Temos mesmo que ter...
É essa a auto-defesa?! não nos ligarmos em demasia para mantermos a nossa independência?! é tudo afinal uma questão de sobrevivência... sim... entendo-te, agora entendo-te... mas o espaço de independência que nos é auto-exigido pode muito bem levar à solidão total... à tal que é insustentável. Será que vale a pena? não é esse o maior medo?
Afinal o que é mais importante o peso ou a leveza do ser? ("O leve soa-nos a leveza mas se calhar não é vida. O Pesado esmaga-nos mas, provavelmente, será vida." - rafael)
O que é que tem mesmo de ser: a independência com leveza, ou as finas teias que nos prendem dolorosamente com o seu peso?...
A independência não quer dizer leveza. Se tivermos pelo menos a consciência dessa leveza não deixará de nos pesar. No entanto teremos uma placa a dizer: o caminho é por aqui.
Eu não falei em não nos ligarmos em demasia. Temos que apostar tudo. Mas mesmo apostando tudo não podemos dizer de ninguém: "Eu sem ti não consigo viver!" Isso diz o bypass ao cardíaco não se diz a outra pessoa. Se fôr assim, e se uma das pessoas errar, o sentido de uma vida ou das duas estará perdido. E a verdade é que não está. Nós temos sempre a possibilidade de reconstruir. O ser humano é muito elástico quando quer.
ok.
... entendo... concordo...
Lá está a evidência de que falava o currupio... parece evidente que não podes agarrar-te a outros em definitivo como a uma garrafa de oxigénio... mas nem toda a gente o faz; mais: por vezes para não permitir a independência dos outros, torturamo-los.
por outro lado, não vejo a vida como uma aposta... nem sempre queremos ganhar, por vezes queremos perder; perder para libertar os outros.
"O Pesado esmaga-nos mas, provavelmente, será vida.", sendo o que me pesa a minha consciência... ela é o meu guia.
*bjs e bom feriado... não te provoco mais... nestes dias. ;)
"O espaço entre amor e obsessão é às vezes muito curto" Rafael.
Eu diria que o espaço é enorme. Por vezes podemos é ter estrabismo emocional.
um abraço.
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