sábado, novembro 19, 2005

A insustentabilidade da solidão

Realmente nem sempre nos compreendem. Nem sempre entendem os nossos gritos de socorro, falados ou não.
A solidão; não a de ausência de pessoas, mas a de ausência de sentimentos, de objectivos, de fé... é realmente insustentável. Há tantas pessoas sós... tantas que já gritaram... mas ninguém as vê nem ouve; de cima da sua própria solidão ou do seu egocêntrismo não alcançam nem o longe nem a distância, nem o perto nem o próximo.
Olhem para o vosso lado, olhem bem... está aí alguém só...
Basta darem-lhe a mão 5 min da vossa vida para tornarem sustentável cem anos de solidão...
Mais... tenham a coragem de lhe dar a mão o resto dos vossos dias.

13 Comments:

At sábado, novembro 19, 2005 5:42:00 da tarde, Blogger Mikas said...

Tens toda a razão naquilo que dizes. Por vezes bastam 5 minutos para mudarem a vida de uma pessoa... tal como um abraço. Percebes? A insustentabilidade da solidão é tão forte, mas ao mesmo tempo tão "invisivel" que só quem se esforça para a ver a vê. Não é?

beijinhos! =)*

 
At sábado, novembro 19, 2005 11:11:00 da tarde, Blogger Saraï said...

É...
Mas também temos que ter coragem para pedir essa mão, esse abraço tão necessário...
É preciso ter coragem para sair da nossa solidão; é preciso ter vontade de o fazer.
Se ficarmos eternamente à espera de ser vistos, somos como o cego que guia outro cego... ambos são cegos, que esperam ver um no outro?

 
At terça-feira, novembro 29, 2005 4:23:00 da tarde, Blogger Currupio said...

Porque é que a evidência precisa de coragem?

 
At terça-feira, novembro 29, 2005 9:58:00 da tarde, Blogger Saraï said...

Não sei!... é realmente uma óptima pergunta...
Talvez porque nem tudo é evidente para todos... talvez porque mesmo sendo evidente não é mobilizante... talvez porque só pelo facto de ser uma evidência, não faz dela uma realidade; a não ser quando temos coragem para a concretizar...
Realmente não sei... só sei que é preciso coragem para ver as evidências.

 
At terça-feira, novembro 29, 2005 11:04:00 da tarde, Blogger Rafael M. Silva said...

Acho que muitas vezes estamos presos comlinhas de teia de aranha. Tão finas. Tão pouco resistentes à nossa força de homens e, no entanto, prendem-nos muito, mesmo muito. Ás vezes temos mesmo que dar um murro na mesa. O desafio que se nos põe é o de nos protegermos. Uma auto-defesa a que temos direito.

 
At quarta-feira, novembro 30, 2005 12:51:00 da tarde, Blogger Currupio said...

"You can talk the talk.
But can you walk the walk?"

 
At quarta-feira, novembro 30, 2005 1:47:00 da tarde, Blogger Saraï said...

... estamos presos a quê?
... protegemo-nos do quê?
a solidão é esse direito que nos assiste? se é, então porque choramos por um olhar, por um abraço, por um carinho, pela presença de outra alma junto de nós?

 
At quarta-feira, novembro 30, 2005 3:12:00 da tarde, Blogger Currupio said...

"O desafio que se nos põe é o de nos protegermos. Uma auto-defesa a que temos direito." Rafael

E se o desafio for ensinar a não atacar? precisariamos de nos proteger?

 
At quarta-feira, novembro 30, 2005 5:21:00 da tarde, Blogger Rafael M. Silva said...

Talvez tenhamos que trabalhar com aquilo que temos. O espaço entre amor e obsessão é às vezes muito curto. Pode confundir-nos. Estamos demasiado presos (às vezes) a relações. Essas relações dão-nos a possibilidade de não nos termos que esforçar muito (ás vezes). O facto de estarmos muito presos a essas relações faz com que o peso do ser ganhe um valor muito grande (passamos a ter uma carga ainda maior do que devíamos realmente ter). Em relação à amizade pode acontecer isso mesmo. Temos que ser suficientemente independentes para sermos capazes de sobreviver até mesmo quando a outra pessoa corta relações connosco. São estas pequenas e muito finas teias às quais estamos muitas vezes dolorosamente presos. Devemos fazer tudo para cativar no entanto temos que ter a nossa própria independência. Temos mesmo que ter...

 
At quarta-feira, novembro 30, 2005 6:40:00 da tarde, Blogger Saraï said...

É essa a auto-defesa?! não nos ligarmos em demasia para mantermos a nossa independência?! é tudo afinal uma questão de sobrevivência... sim... entendo-te, agora entendo-te... mas o espaço de independência que nos é auto-exigido pode muito bem levar à solidão total... à tal que é insustentável. Será que vale a pena? não é esse o maior medo?

Afinal o que é mais importante o peso ou a leveza do ser? ("O leve soa-nos a leveza mas se calhar não é vida. O Pesado esmaga-nos mas, provavelmente, será vida." - rafael)
O que é que tem mesmo de ser: a independência com leveza, ou as finas teias que nos prendem dolorosamente com o seu peso?...

 
At quarta-feira, novembro 30, 2005 8:05:00 da tarde, Blogger Rafael M. Silva said...

A independência não quer dizer leveza. Se tivermos pelo menos a consciência dessa leveza não deixará de nos pesar. No entanto teremos uma placa a dizer: o caminho é por aqui.
Eu não falei em não nos ligarmos em demasia. Temos que apostar tudo. Mas mesmo apostando tudo não podemos dizer de ninguém: "Eu sem ti não consigo viver!" Isso diz o bypass ao cardíaco não se diz a outra pessoa. Se fôr assim, e se uma das pessoas errar, o sentido de uma vida ou das duas estará perdido. E a verdade é que não está. Nós temos sempre a possibilidade de reconstruir. O ser humano é muito elástico quando quer.

 
At quarta-feira, novembro 30, 2005 8:50:00 da tarde, Blogger Saraï said...

ok.
... entendo... concordo...
Lá está a evidência de que falava o currupio... parece evidente que não podes agarrar-te a outros em definitivo como a uma garrafa de oxigénio... mas nem toda a gente o faz; mais: por vezes para não permitir a independência dos outros, torturamo-los.
por outro lado, não vejo a vida como uma aposta... nem sempre queremos ganhar, por vezes queremos perder; perder para libertar os outros.
"O Pesado esmaga-nos mas, provavelmente, será vida.", sendo o que me pesa a minha consciência... ela é o meu guia.

*bjs e bom feriado... não te provoco mais... nestes dias. ;)

 
At sexta-feira, dezembro 02, 2005 12:39:00 da manhã, Blogger Currupio said...

"O espaço entre amor e obsessão é às vezes muito curto" Rafael.

Eu diria que o espaço é enorme. Por vezes podemos é ter estrabismo emocional.

um abraço.

 

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