Dos dois, um só...
No hipermercado uma criança berrava com os pais porque não achava justo que só pudesse levar um dos brinquedos que tinha escolhido. A mãe dizia-lhe dos dois tens que escolher um. Ele, chorando, não se conformava de forma alguma forma com a possibilidade de ter que escolher. As suas lágrimas percorriam a face que se enrugava como se nascesse de novo, só que agora, estava a nascer para a escolha. Essa tão difícil atitude.
Ter que escolher surge-nos como uma grande injustiça. A verdade é que temos medo. E se escolho mal? E se venho a descobrir que a minha escolha não foi a melhor? Eu tenho que poder levar as duas coisas! Mas não posso...
Temos que fazer escolhas a todo o momento. Até mesmo a caminhar temos que escolher que caminho levar. Essas escolhas não nos apoquentam muito. Aprendemos a viver com elas e então.... já nem pensamos muito nas conquências. Se não concordam vejam só a facilidade com que atravessamos a estrada com uma passadeira por perto!
As escolhas que mexem connosco e que nos mexem com as entranhas são aquelas que dizem respeito a toda a nossa vida, ou então a uma parte importante dela. Dizia Heráclito: "não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, porque, ao entrarmos pela segunda vez, não serão as mesmas águas que estarão lá, e a pessoa mesma já será diferente". Esta expressão mostra que tudo passa, apenas a estrutura do acontecimento se repete: temos sempre que escolher.
Mesmo não sendo crianças, às vezes apetece-nos fazer uma birra com lágrimas e tudo dizendo bem alto: quero os dois! Não quero escolher! A vida, contudo, não nos dá esse tempo e, por vezes, o simples "momento" de pensar fazer uma birra já nos levou a uma terceira opção. deixar passar os dois que tínhamos na mão.
Julgo que para não nos arrependermos temos sempre que fazer uma opção de coração. Temos que amar realmente a nossa opção como se ama uma pessoa. Amar até ao fim, até que essa opção nos leve a outras possibilidades.
É difícil escolher ... mas.... amando a escolha julgo que ninguém se arrependerá.
Será isto sustentável?
Etiquetas: choro, escolha, escolher, sofrimento
6 Comments:
Boas!
Escolher...
Que palavra simples de pronunciar e tão complexa no dia a dia.
Mas tens razão. Pelo que percebi, quando se ama a escolha não nos arrependeremos. Concordo contigo. Quando o mais forte de uma escolha é o amor que temos, apesar de haver sempre consequências, trazemos a consciência tranquila porque fizémos o que achámos que era melhor para alguém.
A minha ultima grande escolha que eu fiz foi para conseguir proporcionar um futuro melhor ao fruto do meu amor com a minha esposa. E esta escolha vale a pena...
É dificil, mas a consciência?... Tranquila!!!
Aquele abraço para ti, meu bom amigo.
Sim, Rafael, é sustentável...
... quando são escolhas feitas com amor, por amor, de amor... são mais leves que a consciência; nada pesam, tudo sustentam.
beijinhos.
Este comentário foi removido pelo autor.
Claro que é sustentável. Difícil, mas sustentável!
Afinal não fomos criados por / para o amor? Não será o objectivo da nossa projecção a felicidade feita nas escolhas do dia a dia?!
Sempre tivemos, temos e teremos que escolher. Espera-se que essa escolha tenha sempre como base o nosso bem estar, a felicidade de todos.
Beijinhos
Texto querido e foto muito gira. Ele tem um ar muito simpático. :)
Um beijinho*
POxa que texto é esse?
Adorei a reflexão que me causou.
E poderia dizer que bastante providencial para o que tenho vivido.
Nem te conhe~ço Rafael mas vc ta de parabéns!!
hauhau
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