sexta-feira, fevereiro 24, 2006

A insustentabilidade do esquecimento... dos outros...

Quantas vezes nos esquecemos de coisas?! muitas! imensas!!
Esquecemos que tinhamos uma reunião, esquecemos que tinhamos uma actividade, esquecemos que tinhamos ficado de arranjar algo, enfim... esquecemo-nos de muitas coisas.
Nada mais natural este esquecimento... pensaríamos nós.
Já alguma vez disseram: "Perdoo mas não esqueço!"?
Muitas, de certeza.
E mesmo dizendo que queremos esquecer algo que outros nos fizeram, nos esforcemos muito, muito mesmo, parece que quanto mais nos esforçamos, mais nos lembramos.
O que torna este esquecimento insustentável é o efeito que tem em nós de nos esquecermos de tanta coisa, mas nunca nos lembramos de perdoar os outros esquecendo o mal que nos fizeram.

Há um belo texto, que consta de um belo Livro que diz o seguinte:
"Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.
Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda.
Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles. Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus." (Lucas 6, 27-35)
É o forte convite ao esquecimento!!!

Mas há ainda outro tipo de esquecimentos; nossos e dos outros. Quando nos esquecemos de dar os parabéns a um amigo. Quando nos esquecemos dos problemas de um amigo e continuamos, egocêntricamente, a querer dele a sua total atenção para nós. Quando nos esquecemos que basta um "olá", para alguém se sentir visível.
Sim! porque o esquecimento dos outros provoca em nós um sentimento de total invisibilidade.
Isso sim é insustentável! Porque ninguém consegue ser invisível, porque ninguém quer ser invisível!

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

No Amor, a insustentabilidade da desconfiança.

Enquanto não amamos teorizamos sobre o amor. Acho que todos temos feito destas coisas. Eu pertenço a este todos. Enquanto não amei, simplesmente, fui um bom teorizador.
A insustentabilidade da desconfiança numa relação... ui. Dói e custa. É tudo ou nada. Se fôr a meio termo se calhar já não é amor. É outra coisa qualquer mas se calhar porque não custa tanto, ou custa menos não confiar do que confiar, não sei se podemos chamar isso de amor.
Quando pensamos em amor nunca pensamos em tudo. Não conseguimos ser "calculistas" ao ponto de descobrir tudo e de imaginar como será a vivência das coisas. É sempre mais... e aprender é sempre bem mais doloroso do que aquilo que imaginamos.
Deixo esta insustentabilidade amorosa que sentimos a certa altura da vida...
Abreijos