A insustentabilidade do ser = Impulso para a Transcendência?
Acho que o senhor Milan Kundera, se estivesse a viver em Portugal, não escreveria uma obra com o nome: "A insustentável leveza do ser". Provavelmente o livro dele seria assim qualquer coisa do género: "A vida é difícil" ou "A Aventura de Viver". É verdade que esta forma de dizer esta problemática tão complicada é nova e interessante. Apesar de se desdobrar depois em defesa de valores como a responsabilidade e a fidelidade (coisas que tornam o ser muito pesado), o título aparece, à partida, até bem leve e desafiador. Sempre me senti "chamado" a ler este livro" pelo título. Nunca me falaram do livro nem do escritor.
Numa das cadeiras de Teologia (Teologia Filosófica), estudei um dia um o livro de um senhor chamado Juan Alfaro. Neste livro, o autor desenvolve esta problemática da insatisfação do homem de uma forma muito interessante. Fala desta insatisfação que o homem tem em si como um constante apelo à Transcendência. O homem não se reduz àquilo que se vê por fora. Não podemos nunca afirmar que aquilo que não vemos não existe. E os outros sentidos? Será que temos apenas 5 sentidos? Então... mas... há sinais...
Acho que é isto que nos faz olhar para o Céu com um ar filial esperando uma resposta dos Céus. No fundo todos nos sentimos limitados e originados em Outro, no entanto, nem todos temos a coragem de o assumir minimamente porque isso implica que nos sintamos pequenos, limitados, necessidtados de outro.
Abreijos