terça-feira, dezembro 20, 2005

A insustentabilidade do ser = Impulso para a Transcendência?

Acho que o senhor Milan Kundera, se estivesse a viver em Portugal, não escreveria uma obra com o nome: "A insustentável leveza do ser". Provavelmente o livro dele seria assim qualquer coisa do género: "A vida é difícil" ou "A Aventura de Viver". É verdade que esta forma de dizer esta problemática tão complicada é nova e interessante. Apesar de se desdobrar depois em defesa de valores como a responsabilidade e a fidelidade (coisas que tornam o ser muito pesado), o título aparece, à partida, até bem leve e desafiador. Sempre me senti "chamado" a ler este livro" pelo título. Nunca me falaram do livro nem do escritor.
Numa das cadeiras de Teologia (Teologia Filosófica), estudei um dia um o livro de um senhor chamado Juan Alfaro. Neste livro, o autor desenvolve esta problemática da insatisfação do homem de uma forma muito interessante. Fala desta insatisfação que o homem tem em si como um constante apelo à Transcendência. O homem não se reduz àquilo que se vê por fora. Não podemos nunca afirmar que aquilo que não vemos não existe. E os outros sentidos? Será que temos apenas 5 sentidos? Então... mas... há sinais...
Acho que é isto que nos faz olhar para o Céu com um ar filial esperando uma resposta dos Céus. No fundo todos nos sentimos limitados e originados em Outro, no entanto, nem todos temos a coragem de o assumir minimamente porque isso implica que nos sintamos pequenos, limitados, necessidtados de outro.
Abreijos

domingo, dezembro 04, 2005

A insustentabilidade da infelicidade

Todos reclamamos a nossa felicidade. Sabemos que queremos ser felizes. No entanto esperamos que ela nos surja ao virar da esquina... corajosos são aqueles que decidem ir ao encontro dela, porque serão mais felizes só porque a procuram para si e para os outros, do que aqueles que esperam que ela caia do céu.
Nunca seremos felizes todos os dias, também porque o nosso conceito de felicidade é egoísta: queremos a NOSSA felicidade; quando pensarmos na felicidade dos outros à frente da nossa, talvez aí atinjamos a nossa. Vivemos esta insustentabilidade como se fosse insuportável... para mim é o fardo mais leve de todos.
... Não sei se estou correcta no meu pensar, sei apenas que, à imagem da Joaninha do autor José Eduardo Agualusa, eu também gostaria de ser maçã!